terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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Ah, pouco importa que tu andes, de novo amor, nova paixão, toda contente. O que vale é pensar que você pensa em mim, o resto é ontem e as perdições do mundo.

Civilizadíssimos, entendemos quando não tem mais volta, até já estamos com outros enxerimentos e paixonites de veraneio, mas, na buena, o que vale é a canção, o mantra, a ilusão derretida, o fio de manteiga que escorre ainda do nosso último tango em Paris ou forró no Agreste – neste caso com manteiga de garrafa, tão mais derretidinha de ao ponto de desmanchar sobre a tapioca moral da existência.

Onde você estiver, não se esqueça de mim.

Como vivemos desse fiapo de nada!!! Machos e fêmeas. Seria o orgulho de não ser apagado da memória cada vez mais fraca do outro?

Amor é Alzheimer.

Por isso que muitas vezes, não há telefonema no dia seguinte. Nunca é por maldade. Todo esquecimento tem álibi e diagnóstico.

Por um momento, pensar que você pensa em mim. Basta isso, mesmo com o teu silêncio, como nunca tivesse me visto, nem boas festas e feliz ano novo, pôxa, que gelo baiano, mineiro, siberiano, londrino.

De que adiantou eu ter quebrado tudo e ser um monstro? Um animal precisa ser reconhecido como tal. O resto é psiquiatria e química a serviço da vida.

Não te peço nada, sequer o protocolo das datas, feliz aniversário etc, quero apenas que, vagamente, por um momento você pense em mim e resmungue, baixinho: filho da puta, canalha, que lindo que deu tudo certo e depois tudo errado.

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