quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mar.


Não adianta discutir: quem nasceu com charme, sabe muito bem como usar. A maioria das pessoas inventa. Cruzar olhares estreitos quando menos se espera, retina a retina, com tal intensidade que o vento que sopra desse choque, passa pelas velas do navio de um velho marujo encostado numa ilha há tempos convencido de que sua busca já terminara chegando ao ouvindo e sussurrando:

– O mar lhe chama de volta.

Novos tempos ameaçam chegar. Quebrando algumas regras que sempre estiveram cravadas. Outro novo ouro, outra nova ilha. Sempre duvidei, mas sei que até os grandes se ajoelham uma vez na vida.

                Por todos os erros que ganhei ao experimentar, sei que esse novo gosto de vitória é um sabor que eu ainda não ganhei – tampouco achei que merecesse. Apavora-me, às vezes, pensar em todos os gostos de seu corpo. Fauna e flora à flor da pele. De dou um riso já derrotado e você me massacra com outro limpo de qualquer insegurança e sujo de mistérios. Homem tremendo feito garoto por uma voz em paz. Mas posso sim dizer com orgulho que tirar um pouco dessa sua “pureza” seria um tanto quando vital para mim.

Tendo para os vícios! Gritaria em músicas embriagadas qualquer um dos melhores românticos boêmios canalhas. Mas qualquer novidade boa deixa todos pessimistas com um pé atrás quase de reflexo. Não ligo de ter que esvaziar outra garrafa procurando algum prêmio no fundo. Tudo aponta para que – dessa vez – esse tão cobiçado sossego esteja aguardado bem antes do fundo. 

Um sorriso ameaça abrir na boca do velho marujo que começa a pensar de enfrentar qualquer tempestade.

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