quinta-feira, 25 de julho de 2013

Um escrito à ela, à saudade e ao destino

trago no peito uma saudade doida
uma dor reprimida que sai e me mata,
toda vez que sou arrancado a força
do unico lugar em que eu sempre quis estar.
Meus amigos tentam com esforço
esboçar um sorriso nesse rosto totalmente em vão...
É quando me abraço a Mary e a gelada
e finalmente dormimos no chão.
dormimos e acordamos sozinhos
mas acompanhados pela ressaca e a amnesia
que dão o tom da conversa
que eu e a lembrança teremos agora,
pois ela acaba de chegar
é quando ela tira o casaco e transformada em saudade entra sem perguntar.
perguntar se eu estou preparado pra juntar os pedaços e me levantar.
Eu digo que não...
totalmente em vão...
a ressaca corroendo cabeça e estomago
não destarem a dor que eu tenho que sentir
ao acordar e nao ter ao meu lado
tudo aquilo que um dia eu fiz partir
e a saudade sem dó nem piedade
sapateia com cravas sobre meu cerebro ja exausto
busco uma alternativa
mas nada faz com que ela me deixe em paz,
o jeito é pedir ajuda
procurar o abrigo que tanto bem me faz.
Corro feito louco
com aquele sufoco de chegar até la
a vicinal que parece infinita e nem todos os buracos na pista me fazem parar
me sinto aquela criança inexperiente e medrosa que fui um dia,
é quando ela abre a porta e sem eu nem perceber começa minha agonia
agonia de saber que em algumas horas terei de ir embora e de novo encontrar
com a gelada e a Mary Jane e outro sono profundo tentaremos embalar,
mais uma vez...
totalmente em vão...
tenho todas minhas estruturas abaladas sem firmeza continuo a caminhar
é incrivel como ainda nao me entreguei pro destino que insiste em tentar me carregar
pra uma vida que por mais que me pertença
nao quero minha presença se nao for com o meu par
e reluto até o final
pois nenhum final conseguiu abalar
o amor que sinto por ela e a vontade de SOMENTE com ela querer estar.
Cito um certo astuto que nunca soltou uma palavra em vão
... nao me entrego sem lutar, tenho ainda coração, não aprendi a me render, que caia o inimigo então...
mesmo que meu inimigo seja um destino
nunca acreditei nele e nao é agora que vou começar
a menos que ele condiz com o que eu quero
foda-se todo resto!
e no alto do meu egoismo é só que peço
foda-se todo o resto!
Não quero dó nem piedade
nem mesmo que saudade pare seu sapatear
pois ela sempre sapateou em todo momento que com ela eu nao estava
mas a certeza da chegada me confortava e nao me deixava enlouquecer,
como enlouqueço agora todos os dias que ela entra em minha cabeça sem bater.
Nunca impedi sua entrada pois sei que saudade é o que se sente quando se ama demais
mas por favor, tire os sapatos pois essas cravas eu nao suporto mais.