Antes de provar esse doce amargo gosto das minhas palavras, alerto-lhe: isso não surgiu agora, não é novo (tanto pra você quanto pra mim) e está chegando a um ponto insuportável que ultrapassa o muro da minha pouca sanidade que resta.
Passei incontáveis noites em claro pensado por onde começar, tudo em vão. Não há lógica pra tamanha mostruosidade, tanto que não sei onde é a linha de partida desse nosso R E L A C I O N A M E N T O ou se é que pode se dar um nome de conotação tão carinhosa pra isso que temos em comum. Não é da minha índole.
Aceite, temos mais problemas que Amy e Blake sonharam ter um dia.
Já tentei tanta coisa pra conseguir, ao menos, aniquilar esse fantasma de você que me persegue e me pertuba a todo momento. Já tentei kung fu, cd's de ópera, budismo, chás de todas as plantas e ervas, vodka, amor ao próximo, exclusão, cigarros, sexo com prostitutas, Hamlet, cocaína, anfetamina, bandas embriagadas, desenhos, amigos podres e honestos, namoradas lindas e loucas, amores platônicos e destuídores, mas nada - NADA - que eu faça exclui você do ódio que corre em minhas veias e borbulha em meu sangue. Acho que não pertenço a esse lugar. Minha última opção é a escrita.
Você sabe que sociopatas não tentam suicídios, não seja tão ingênua!
Mereces tanto o meu rancor assim como não mereço sua ausência, ingratidão, sua falta de audição e de atenção, dos abraços esquecidos em braços cruzados nos aniversários, as conversas que nunca tivemos. Hoje em dia é fácil te substituir por cervejas e amigos que nunca compreenderiam meu sujo e frio espírito.
Mas pode ir. Quero que saiba que essa aberração que você criou e ajudou a se formar no que é hoje, te liberta desse pesadelo intenso e conjunto. Não vou me escravizar doentilmente por você para ter a garantia da utopia de te ter ao meu lado. Aceito as regras do seu jogo insano só para ser livre. Mas te lembro: mesmo no último sopro dos ventos dos campos onde as folhas de outono caem amareladas para serem consumidas no fogo do juízo final e eu me afogasse na mais voraz e destruidora lama, contemplando o seu sorriso amarelado e torto ouvindo sussuros de perdão, me afogaria e me destruiria feliz de orelha à orelha lhe diria: "não te aceito como parte de mim, não te quero ancorada envenenando mais ainda meu descanso na escuridão eterna. Não preciso de você!"
sábado, 18 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Scarlet
fico feliz quando elas chegam
e feliz quando se vão
feliz quando escuto os saltos
se aproximando de minha porta
feliz quando esses saltos
se afastam
feliz por foder
feliz por me importar
feliz quando tudo termina
e
desde que as coisas ou estão
começando ou terminando
fico feliz
a maior parte do tempo
e os gatos caminham pra cima e pra baixo
e a terra gira em torno do sol
e o telefone toca:
" é a Scarlet ".
" quem? "
" Scarlet ".
" certo, pinte aí ".
e desligo pensando
talvez seja isso
entro
dou uma cagada rápida
me barbeio
me banho
me visto
ponho o lixo
e as caixas cheias de garrafas vazias
pra fora
me sento ao som dos
saltos se aproximando
parecendo mais a aproximação de um exército
do que o som da vitória
é Scarlet
e na minha cozinha a torneira
continua pingando
precisando de concerto.
cuidarei disso mais
tarde.
Carles Bukoswki, o velho safado.
e feliz quando se vão
feliz quando escuto os saltos
se aproximando de minha porta
feliz quando esses saltos
se afastam
feliz por foder
feliz por me importar
feliz quando tudo termina
e
desde que as coisas ou estão
começando ou terminando
fico feliz
a maior parte do tempo
e os gatos caminham pra cima e pra baixo
e a terra gira em torno do sol
e o telefone toca:
" é a Scarlet ".
" quem? "
" Scarlet ".
" certo, pinte aí ".
e desligo pensando
talvez seja isso
entro
dou uma cagada rápida
me barbeio
me banho
me visto
ponho o lixo
e as caixas cheias de garrafas vazias
pra fora
me sento ao som dos
saltos se aproximando
parecendo mais a aproximação de um exército
do que o som da vitória
é Scarlet
e na minha cozinha a torneira
continua pingando
precisando de concerto.
cuidarei disso mais
tarde.
Carles Bukoswki, o velho safado.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Teatro dos Vampiros
Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto:
É nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos.
Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego.
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir.
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar.
Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito.
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir.
Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego.
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir.
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto:
É nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos.
Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego.
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir.
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar.
Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito.
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir.
Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego.
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir.
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...
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