sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os Funerais do Coelho Branco

"Então me liga" ela disse, na verdada sequer lembra o meu nome.
"Ligo sim... é claro" respondi. Acabo sempre ligando...
"Sabe hoje talvez passe aquele filme que eu gosto tanto".
Eu podia ser gentil e perguntar coisas fúteis, mas o que eu queria mesmo era ter um copo de água suja pra beber e parar de fingir não saber se o vazio é bem maior agora que sabemos ter feito o melhor pra nós dois e deixamos tudo mais pra depois. Sabe, às vezes penso mesmo que dizer "deixa pra lá" cansa menos... e você?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

(...)

Cada gole que eu devorava, cada maço que transformava em cinzas, cada vez que meus olhos a enxergavam, envelhecia séculos ou mais tão rápido e tão ímpar. Ela, ficava cada vez mais perfeita a cada piscadela. Cada simples centímetro do seu corpo branco. Ela mudava cada vez mais; evoluía. Mas sempre continuava a mesma, os mesmos trejeitos, os mesmos cabelos, os mesmos e melhores olhares dos quais nunca me esqueço. De certa forma – da qual não me cabe saber – cada vez mais, toda vez que aqueles olhos e olhares me encaravam, sabia mais e mais de vez o que Bentinho quis dizer com “olhos de cigana, oblíqua e dissimulada”. E toda vez, eu me apaixonava. De todos os cânceres que tive em minha vida, esse era único maligno que tenho. Quando acho que eu arranco ele de mim, como quem vomita ou cospe algo que não faz bem ao corpo, ele volta. E volta com mais força ainda.

sábado, 17 de outubro de 2009

Over My Head

I never knew that everything was falling through
That everyone I knew was waiting on a queue
To turn and run when all I needed was th truth
But that's how it's gotta be
It's coming down to nothing more than apathy
I'd rather run the other way than stay and see
The smole and who's still standing when it clears
And

Everyone knows I'm in
Over my head
Whit eight seconds left in overtime
She's on your mind

Let's rearrange
I wish you were a stranger I could disengage
Just sau that we agree and then never change
Soften a bit until we all jus get along
But that's disregard
Find another frind and you discard
As you lose the argument in a cable car
Hanging above as the canyon comes between

And suddenly I become a part of your past
I'm becoming the part that don't last
I'm losing you and it's effortless
Without a sound we lose sight of the ground
In the throw around
Never thought that you wanted to bring it down
I won't let it go down till we torture ourselves

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

E o que me espera do lado de baixo da ponte? Daria de cara com as pedras como antes ou flutuaria nas correntezas, deixando a alma se limpar e afogando as carências e, pricipalmente, a solidão? Devo por capacete, boias ou apenas me pendurar numa corda? Tenho que me precaver, antes de tudo. Antes de qualquer coisa. Quero pular, mas a vista pro horizonte é tão ofuscante...