terça-feira, 29 de setembro de 2009

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Right?

sábado, 26 de setembro de 2009

Devoro exércitos, devoro exércitos, canto para os pássaros, corro nos desertos; nem a vontade de mil conselhos pode me deter.
Devoro exércitos, devoro exércitos, o sangue negro da boca escorre e me deixa mais forte; nem São Jorge vai te proteger.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Todo Amor que Houver Nessa Vida

Sou teu, inteiramente
Digo isso com orgulho, peito cheio
Sem nenhuma palavra a menos!

Por favor, não temas:
Irei com você a qualquer caminho
Da agonia ou do desespero
Da lucidez ou da vida
Guiarei cada passo teu
Sem meu egoísmo ácido.

Farei tumbas para seus demônios
Exorcizarei cada espírito santo
Queimarei cada fantasma
Só para te deixar solta
Só pra você ser LIVRE

Mas prometo que nem tudo será um mar de rosas
Em algumas ocasiões raras
Te deixarei em sarjetas
Vou te machucar, abrir feriadas
E as cutucarei com fogo
Mas lembre-se
Será só pra te assegurar sobre o seu bem, minha preta

Terás sempre histórias pra contar, ao meu lado
E vou sempre querer ouvir as tuas
Assim como não esconderei nada de ti
O mundo é teu, sabia?
Nossas loucuras sóbrias guardadas nas memórias
E sempre vou dizer
Que sou todo teu!

E sempre fui
Antes mesmo de lhe conhecer
De olhar para você.
Antes mesmo de você me enxergar.
E um brinde a isso!

Você merece todo amor que houver nessa vida,
Com gosto de fruta mordida.

E, se um dia, você encher teu seio com orgulho
Teus olhos castanhos ficarem mais claros
E tua boca gritar com toda força
Que também és minha
Vou poder olhar pra trás e me orgulhar
De cada alma que deixei morrer
Cada paixão que recusei e cada garrafa que devorei
Pois valeu a pena de chegar até aqui, com e por você

Pra sempre compartilharei com você meus amores
Meus temores e minhas dores.
Por que somos um!
E pra sempre te carregarei em meu amor
Em meu coração, meu pensamento;
Sempre te carregarei em meu pulso e em meu colo.
Pois somos um!
E sou inteira e orgulhosamente teu, minha preta.




Especialmente para Raica, minha preta,
Com todo amor que houver nessa vida
e com gosto de fruta mordida.

domingo, 13 de setembro de 2009

Mal Nenhum

Nunca viram ninguém triste?
Por que não me deixam em paz?
As guerras são tão tristes
E não tem nada demais
Me deixem, bicho acuado
Por um inimigo imaginário
Correndo atrás dos carros
Como um cachorro otário
Me deixem, ataque equivocado
Por um falso alarme
Quebrando objetos inúteis
Como quem leva uma topada
Me deixem amolar e esmurrar
A faca cega, cega da paixão
E dar tiros a esmo e ferir
O mesmo cego coração
Não escondam suas crianças
Nem chamem o síndico
Nem chamem a polícia
Nem chamem o hospício, não
Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim...




Minha criatividade tá péssima, ando só pensando mas escrever que é bom, nada!
Bom, que sabe saí alguma coisa de surto, né? Nunca se sabe...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tabacaria

(...)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente?
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
(...)
Álvaro de Campos
Esse poema é muito grande, dá pra perder o foco antes. Mas essa é a melhor parte, sem dúvidas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ao som de Tonight, Tonight.

Não consigo escrever nada. Não penso em nada. Talvez não queira pensar, talvez não queira escrever. Talvez não quero saber. Talvez nem você queira saber. Então me dê mais dor, me dê mais amor, me dê mais alcool, me dê mais drogas, me dê mais sofrimento, me dê mais sentimento, me dê mais vida!
Ah, e esse calor está tão sufocante nesses dias de inverno. Meus lábios já não se encontram com os teus. Teu cheiro já me abandonou. Mas ainda lembro perfeitamente como era. Como ainda é. Isso é sufocante, sabia? Ah, mas temos tempos ainda.
Agora, tenho uma carreira a seguir. Uma garrafa a virar. Um cigarro pra esquecer. A madrugada está a meu favor, sempre esteve. Então me deitarei antes que o primeiro raio de sol me queime até às cinzas. Não nasci pra essa coisa de dia. E levarei comigo nossos planos e pensamentos. Te vejo quando você me despertar.