Já pensou nas escolhas que um dia não tomou por escolher outra? Alguma que parecia ser mais fácil e acabou sendo mais difícil? Claro, todos nós já fizemos isso. Se não fez, me desculpe. Mas há um fato verídico nos contos populares de rodoviária; cada escolha que tomamos, uma negação que fazemos. Parece complicado, mas na verdade é simples. Você não pode fugir de uma escolha sem dar de cara com alguma consequência. Tudo na vida é uma consequência. Nada de destino, nada de sorte, nada de superstição. Será que isso é tão difícil de se entender?
Quantas chances de transar você já disperdiçou por qualquer outra coisa? Quantas vezes você já achou ter tomado a decisão certa mas no fundo queria outra? De quantas coisas você se arrepende no pouco ou grande tempo da sua vida? Os arrependimentos vem em algumas porções. Vem como pequenos, leves e sutis. Não fazem mal no nosso dia-a-dia, mas nos fazem pensar. Tem os médios que nos deixam tão preocupados pensando quais seriam as consequências dos outros que esquecemos de pensar na vida no presente, com a consequência dessa outra escolha. É perturbador. E tem o Grande Arrependimento. Corrói a alma, nos deixam deprimidos, depressivos. Não pensamos em outra coisa a não ser voltar no tempo pra mudar essa errada escolha. É doloroso. Por isso as pessoas falam "Se arrependimento matasse...".
E essas mesmas pessoas são as que tentam conviver com esse arrependimento. E conseguem. Às vezes até esquecem. Sabe porque? É passageiro. Tudo é passageiro. Você pode ter se machucado, se magoado, se decepcionado até além do limite. Mas aprendeu. Você está bem agora? Então agradeça seu passado difícil. Sem ele tu não seria o que é hoje. Se não é, paciência. Nada é duradouro, lembra?
As mudanças sempre rondam nossa vida. E elas é quem nos constroem. As pessoas nos constroem. Odiando ou amando-as. Cada pessoa em qualquer lugar participa da sua vida, direta ou indiretamente. Duvida? Olhe alguma foto sua, de alguma festa que foi importante pra você. Agora olhe ao fundo. Pessoas desconhecidas, pessoas conhecidas. Todas reúnidas ou de passagem. Tanto faz. Elas também participaram desse tão momento importante. E, sim, você já foi importante pra mim. É parte de mim. E onde está você agora? Quem sabe? Já faz algum tempo... Mas estou bem, vou levando. Nada pra se preocupar. Dá pra ver o sorriso na minha cara?
Faça tudo o que der na telha. Se arrependa de não fazer o que quer. Esse é o pior tipo de todos os arrependimentos. De todas as consequências. Exagere, Ria, Odeie, Apaixone, Chore, Faza Amigos, Faça Inimigos, Faça Sexo, Faça Alguém Feliz, Faça Amor, Abrace, Cheire, Se Cuide, Faça Loucuras, Coma, Beba, Fume, Dance, Se Divirta, Mostre o Dedo, Mostre a Língua, Cante, Sue, Desencane, Soque, Chute, Sorrie, VIVA. Não se arrepende de suas escolhas, encare-as. A vida fica amarga pra quem se priva. LIBERTE-SE DE SEUS MEDOS.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Esse garoto...
Certa vez, um garoto cruzou meu caminho. Sem perguntar, sem pedir licença. Languido, baixo e sorridente. Não sabia fazer outra coisa além de estampar o sorriso na cara – e isso virara marca – e andar naquele skate velho. Sinceramente não me lembro como eu entrei em sua vida ou ele entrou na minha, na verdade isso não importa. Não fui o único. Quanto mais os meses se passavam, mais pessoas estavam juntas. E, olha, não estava sozinho no começo. Sempre tinha mais gente. Eu pensava “como alguém seria capaz de ser amigo de tanta gente assim sem magoar a ninguém?”. Era quase impossível de se fazer. Mas ele conseguia. Ele e seu sorriso. E seu skate. E sua ânsia de viver em paz.
Esse garoto não tinha ambições fortes. A única coisa que queria era curtir a vida, mesmo que adoidado. Não ligava muito para crescer, formar família, ter bom emprego e envelhecer numa poltrona em frente à televisão. Já ganhara um campeonato, o que mais poderia ser fascinante naquela época? Apenas curtição. Sem dramas. Não ligava se seria “alguém” na vida. Na vida de muitas pessoas ele já era. E isso já era motivo de orgulho. Dele. Meu. Nosso. Como disse um poeta: O que mais esperamos da vida sem amigos? Esse garoto só queria sorrir. Ser feliz. Fazer-nos felizes. Sem tempo nublado.
O garoto amadureceu com o passar dos anos. A voz ficou mais grave. Mas a simplicidade se tornou mais simples, mais contagiante. O sorriso mais doce. Era melhor ficar do seu lado, em qualquer momento. Até depois da tempestade que o derrubara por uns dias, ele se esforçava pra melhorar. E o fazia sem escrúpulos. Afinal, era a vida. Não se pode fugir dela. Mas encará-la com um sorriso não faria mal algum. Pelo contrário. Agora você se pergunta sobre as pessoas ao seu redor. Qualquer um perderia a conta. Qualquer um que estivera ali, ali sempre ficara. O que um sorriso não faria, não?
E esse mesmo garoto, adorado por tantas pessoas, não viu o sinal vermelho. Um simples sinal vermelho deixaria essas mesmas pessoas ao seu redor aflitas. Nervosas. Foi num sábado de madrugada. Com o domingo chuvoso. A alegria foi substituída por esperanças, preces, pensamentos. E isso durou dias. Isso durou semanas. Foi interrompido por um telefonema, dizendo que estaria tudo bem. Já voltara pra casa. Nossos sorrisos voltaram na mesma hora. Mesmo no sofrimento, na dor, conseguia arrancar seus sorrisos. Sua felicidade de estar ali, se recuperando.
Mas foi num outro sábado chuvoso que sentimos o peso do mundo desabar. O chão ficara mais fundo. O ar desaparecia. E o nó na garganta se formara. Como seria possível algo tão terrível? É trote de mau gosto. Não é verdade. Nunca poderia ser. Mas foi. A verdade mais amarga que alguém poderia sentir. Impiedosa. Aniquiladora. Soco na cara. Chute no estômago. O sorriso se calou. A lágrima escorreu.
O garoto fechou os olhos, sorriu e abraçou seu pai. O mundo ficara pequeno demais pra ele. Então ele pegou seu skate e voou. Deu o maior salto de sua vida. Nem o sol poderia ofuscá-lo. Seu sorriso foi maior e mais brilhante que isso. E soltou seu suspiro, aliviado. E uma cidade inteira parou. Lamentou. Chorou. Ainda penso, se existe deus, porque ele teria sido tão egoísta de levar nosso sorriso? Seria a pior piada do século. Mas ouso em dizer que foi o melhor pra ele. Havia o céu pra ser conquistado agora. Aqui, sua parte foi feita.
Mas as pessoas choravam e sorriam. Sorriam, pois se lembravam de momentos felizes, eternos e únicos. Choravam porque não se conformavam que seria mais difícil sorrir agora. E eu só pensava como seria possível. Não é fácil lidar com uma perda tão grande desse jeito. Senti um buraco no peito. Um vazio no coração. Uma vontade de despertar desse pesadelo. Mas, te pergunto, quem dentre tantas essas pessoas viveu tão intensamente? Quem experimentou de tudo em tão pouco tempo? Quem lhe oferecia um sorriso tão abrangente e, de tão puro, seria um sorriso perfeito? E, quem, dentre todas as pessoas ao seu redor, tem alguma lembrança ruim desse garoto? Ah, que falta você faz agora... Mas o mundo continua, mesmo faltando uma peça importante.
E, daqui a alguns tempos, minha filha vai saber da história desse garoto que cruzara meu caminho. Desse garoto que poderia fazer qualquer um sorrir, sentir feliz sem o mínimo de esforço. Desse garoto simples, que só sabia sorrir. Desse garoto que um dia ela quis pegar seu livro numa terça feira ensolarada. Desse garoto que a saudade só aumenta. Desse Garoto Piranha: Jeferson Felipe da Costa.
Com meu luto, meu amor, minha admiração e minha saudade... essa é pra você!

Esse garoto não tinha ambições fortes. A única coisa que queria era curtir a vida, mesmo que adoidado. Não ligava muito para crescer, formar família, ter bom emprego e envelhecer numa poltrona em frente à televisão. Já ganhara um campeonato, o que mais poderia ser fascinante naquela época? Apenas curtição. Sem dramas. Não ligava se seria “alguém” na vida. Na vida de muitas pessoas ele já era. E isso já era motivo de orgulho. Dele. Meu. Nosso. Como disse um poeta: O que mais esperamos da vida sem amigos? Esse garoto só queria sorrir. Ser feliz. Fazer-nos felizes. Sem tempo nublado.
O garoto amadureceu com o passar dos anos. A voz ficou mais grave. Mas a simplicidade se tornou mais simples, mais contagiante. O sorriso mais doce. Era melhor ficar do seu lado, em qualquer momento. Até depois da tempestade que o derrubara por uns dias, ele se esforçava pra melhorar. E o fazia sem escrúpulos. Afinal, era a vida. Não se pode fugir dela. Mas encará-la com um sorriso não faria mal algum. Pelo contrário. Agora você se pergunta sobre as pessoas ao seu redor. Qualquer um perderia a conta. Qualquer um que estivera ali, ali sempre ficara. O que um sorriso não faria, não?
E esse mesmo garoto, adorado por tantas pessoas, não viu o sinal vermelho. Um simples sinal vermelho deixaria essas mesmas pessoas ao seu redor aflitas. Nervosas. Foi num sábado de madrugada. Com o domingo chuvoso. A alegria foi substituída por esperanças, preces, pensamentos. E isso durou dias. Isso durou semanas. Foi interrompido por um telefonema, dizendo que estaria tudo bem. Já voltara pra casa. Nossos sorrisos voltaram na mesma hora. Mesmo no sofrimento, na dor, conseguia arrancar seus sorrisos. Sua felicidade de estar ali, se recuperando.
Mas foi num outro sábado chuvoso que sentimos o peso do mundo desabar. O chão ficara mais fundo. O ar desaparecia. E o nó na garganta se formara. Como seria possível algo tão terrível? É trote de mau gosto. Não é verdade. Nunca poderia ser. Mas foi. A verdade mais amarga que alguém poderia sentir. Impiedosa. Aniquiladora. Soco na cara. Chute no estômago. O sorriso se calou. A lágrima escorreu.
O garoto fechou os olhos, sorriu e abraçou seu pai. O mundo ficara pequeno demais pra ele. Então ele pegou seu skate e voou. Deu o maior salto de sua vida. Nem o sol poderia ofuscá-lo. Seu sorriso foi maior e mais brilhante que isso. E soltou seu suspiro, aliviado. E uma cidade inteira parou. Lamentou. Chorou. Ainda penso, se existe deus, porque ele teria sido tão egoísta de levar nosso sorriso? Seria a pior piada do século. Mas ouso em dizer que foi o melhor pra ele. Havia o céu pra ser conquistado agora. Aqui, sua parte foi feita.
Mas as pessoas choravam e sorriam. Sorriam, pois se lembravam de momentos felizes, eternos e únicos. Choravam porque não se conformavam que seria mais difícil sorrir agora. E eu só pensava como seria possível. Não é fácil lidar com uma perda tão grande desse jeito. Senti um buraco no peito. Um vazio no coração. Uma vontade de despertar desse pesadelo. Mas, te pergunto, quem dentre tantas essas pessoas viveu tão intensamente? Quem experimentou de tudo em tão pouco tempo? Quem lhe oferecia um sorriso tão abrangente e, de tão puro, seria um sorriso perfeito? E, quem, dentre todas as pessoas ao seu redor, tem alguma lembrança ruim desse garoto? Ah, que falta você faz agora... Mas o mundo continua, mesmo faltando uma peça importante.
E, daqui a alguns tempos, minha filha vai saber da história desse garoto que cruzara meu caminho. Desse garoto que poderia fazer qualquer um sorrir, sentir feliz sem o mínimo de esforço. Desse garoto simples, que só sabia sorrir. Desse garoto que um dia ela quis pegar seu livro numa terça feira ensolarada. Desse garoto que a saudade só aumenta. Desse Garoto Piranha: Jeferson Felipe da Costa.
Com meu luto, meu amor, minha admiração e minha saudade... essa é pra você!

PS: Sabia que agora todo sábado chove?
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